Titular – Cadeira 23

Acadêmico - Amini Boainain Hauy

      Nasceu em Ribeirão Preto, no dia 24 de julho de 1935, filha de Abrão Boainain e Alice Curi Boainain. Viúva de Jorge Hauy com quem teve os filhos Jorge Boainain Hauy e Míriam Cristina Boainain Hauy.
      Cursou o Primário no Instituto Metodista Educacional e o Ginásio e o Clássico no Instituto Educacional Otoniel Mota.

Formação universitária:
1. Licenciatura em Letras Neolatinas – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras – USP.
2. Licenciatura em Pedagogia – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Barão de Mauá.
3. Diplôme Supérieur de Langue et Littérature Françaises – Aliança Francesa de São Paulo.
4. Especialização em Literatura Portuguesa ministrado pelo Prof. Dr. Massaud Moisés na FFCL Barão de Mauá.
5. Pós-Graduação em Filologia e Língua Portuguesa na USP.
6. Mestrado na USP – Defesa da dissertação “Afonso de Coton: Mestre Nicolas a meu Cuydar”.
7. Doutoramento na USP – Defesa da tese “Da necessidade de uma Gramática-Padrão da Língua Portuguesa”.

Qualificação profissional:
1. Professora Efetiva de Português: Pontal - Ginásio Estadual de Pontal; Cravinhos – Ginásio Estadual Coronel João de Souza Campos; Ribeirão Preto – Colégio Estadual Profª. Eugênia Vilhena de Moraes e Escola Estadual de 2º grau Otoniel Mota.
2. Professora Titular de Filologia e Língua Portuguesa na FFCL Barão de Mauá.
3. Professora Titular de Língua Portuguesa na Instituição Universitária Moura Lacerda.
4. Professora Assistente de Filologia e Língua Portuguesa na FFCL da USP.
5. Professora Titular de Língua Portuguesa na Academia da Força Aérea (AFA).

Obras Publicadas:
1. Da necessidade de uma Gramática-Padrão da Língua Portuguesa – 4ª edição. São Paulo, Editora Ática, 1994.
2. Gramática da Língua Portuguesa Padrão com comentários e exemplários. São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo/EDUSP – 2014 – PRÊMIO JABUTI 2015.
3. História da Língua Portuguesa – I – Séculos XII, XIII e XIV. São Paulo, Editora Ática, 1989.
4. História da Língua Portuguesa. Organização Prof. Segismundo Spina. Cotia, Ateliê Editorial, 2008 (coautora).
5. Acentuação Gráfica em vigor: Uma Sistematização Crítica - 2ª edição. São Paulo, Editora Ática, 1991.
6. Acentuação Gráfica em Vigor e Emprego do Hífen. Ribeirão Preto, Editora Legis Summa, 2009.
7. Vozes Verbais: Sistematização e Exemplário. São Paulo, Editora Ática, 1992.
8. Ribeirãopretano, ribeirão-pretano, ribeirão-pretense, ribeiropretano, ribeiro-pretano, riberopretano? Ribeirão Preto, Editora Funpec, 2003.

Títulos Honoríficos:
1. Troféu Prêmio Jabuti – 2015 (Categoria – Teoria/Crítica Literária, Dicionários e Gramáticas). Obra: Gramática da Língua Portuguesa Padrão.
2. Comenda da Ordem do Mérito Aeronáutico no Grau de Oficial – “por haver prestado assinalados serviços à Aeronáutica Brasileira”. Outorgada pelo Ministro de Estado da Defesa, Celso Luiz Nunes Amorim e assinado pelo Comandante da Aeronáutica e Chanceler da Ordem, Tenente-Brigadeiro do AR Juniti Saito. Brasília, 23 de outubro de 2013.
3. Membro Titular (Cadeira nº 23) da ARL - Academia Ribeirãopretana de Letras - posse em 08.11.1985.
4. Patrona (Cadeira nº 2) da ARE – Academia Ribeirão-Pretana de Educação – posse em 03.08.2002.
5. Diploma de Mérito Cultural outorgado pela Câmara Municipal de Ribeirão Preto (sessão de 20.10.2003 – Decreto legislativo nº 203).
6. Diploma de Amigo da AFA 2005, instituído pela Portaria nº 017/AFA de 01.10.2002 e concedido àqueles que prestaram distintos serviços à Academia da Força Aérea.
7. Troféu-Reconhecimento ao Sempre Professor, outorgado pelo Grupo Gerenciador Ribeirão 2000, pela Secretaria Municipal da Cultura, Divisão Regional de Ensino, Centro do Professorado e Secretaria da Educação.
8. Diploma de Graduado Efetivo da Ordem da Cátedra, com o título “Cátedra 191. Comando da Aeronáutica, Divisão de Ensino. AFA, 14.10.2011”.

      Os diversos títulos honoríficos recebidos ao longo de sua carreira, no magistério secundário e universitário, comprovam a importância do seu trabalho como mestra vocacionada.
      Presidiu bancas de concurso, ministrou vários cursos de expansão cultural, atualização, aperfeiçoamento e especialização e proferiu inúmeras palestras.
      Como autora e pesquisadora escreveu artigos em jornais e revistas especializadas e publicou ensaios e obras que se consagraram por sua repercussão no âmbito cultural.
      Assim é que seu artigo de denúncia e de alerta “Confusão no reino da Gramática”, publicado no caderno Leitura da Imprensa Oficial do Estado (ano II nº 20 – jan. 1984, p.18) repercutiu favoravelmente nos meios intelectuais e teve o apoio irrestrito da opinião pública, manifesta em jornais de grande circulação do país.
      A partir de um estudo crítico-comparativo das gramáticas normativas mais conhecidas no país, em número superior a cinquenta, adotadas nas escolas, cursinhos e faculdades e relacionadas nas biografias de concursos, como pesquisadora provou que a teoria gramatical do Português revelava--se como um amontoado de lições divergentes e contraditórias, além de muito empobrecidas pelos exemplos errados e falsas definições. Mostrou, ainda, que na avaliação de conhecimentos gramaticais em vestibulares, provas ou concursos de qualquer espécie, as divergências e contradições dos autores de gramáticas normativas implicavam, quase sempre, uma correção inevitavelmente arbitrária e injusta.
      Tal proposta de uma gramática-padrão da língua portuguesa, fruto de sua tese de doutorado na USP, amplamente divulgada pela imprensa falada (TV Manchete: Programa “Frente a Frente”, com Ney Gonçalves Dias, TV Cultura e TV Globo) e escrita (Folha de São Paulo e o Estado de São Paulo) atingiu o âmbito do Congresso. Apresentada pelo deputado João Cunha no Projeto de Lei nº 43501-84, foi unanimamente aprovada pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal, em 14.08.1985.
      A respeito dessa tese, assim se expressou o professor emérito da Universidade de São Paulo, Segismundo Spina no Apresentando da citada obra: “Sucede que só hoje, decorridos vários séculos nos domínios da gramaticografia portuguesa, a Profª Amini aparece com a formulação corajosa de sua proposta, tendo-a submetido preliminarmente a prova de Doutoramento, de cuja Comissão Julgadora tivemos a honra e o prazer de participar.
      O aspecto aparentemente polêmico do trabalho advém de sua própria natureza, não da intenção da Autora. E tal caráter, ao invés de parecer uma irreverência para com as autoridades da Língua, revela independência profissional e coragem intelectual. Quantos trabalhos dessa natureza deixaram de ser feitos porque se temeu sacudir o pedestal dos gramáticos consagrados?
      A sua proposta constitui-se, portanto, numa sacudidela vigorosa no “magister dixit” nas infundadas pretensões de originalidade das gramáticas vigentes. Aliás, demonstrar – como sobejamente demonstrou – a importância da elaboração de uma gramática portuguesa padrão para fins didáticos, foi a meta perseguida neste estudo, e com muita propriedade alcançada pela Autora.”
      E, o Orientador, Prof. Dr. Felipe Jorge:
      “A obra é, antes de tudo, uma denúncia e um alerta. Denúncia por revelar à Nação, com provas irrefutáveis, o estado seriamente comprometedor de certas publicações de livre curso em todo o país graças ao prestígio dos seus autores e à irresponsabilidade com que os eternos oportunistas encaram o problema do livro didático.”
      Em 2015, a Gramática da língua portuguesa padrão (Edusp, 2014), o primeiro livro de gramática publicado pela USP e integrante (vol. 5) da Coleção Didática da Universidade, foi agraciada com o Prêmio Jabuti – 2015, a mais importante e tradicional premiação do mercado editorial brasileiro, promovido pela Câmara Brasileira do Livro.
      Segundo parecer do Prof. Thiago Mio Salla (ECA-USP):
      “Esta obra apresenta-se ao público como um manual de referência em torno da língua padrão, além de refletir criticamente sobre a importância de tal variedade de prestígio no livro didático”.
      A propósito do novo Acordo Ortográfico e veementemente contrária à sua aprovação, num artigo publicado na sessão Debate, da Revista de Núcleo de Estudos do Livro e da Edição (Livro-Ateliê-2011), como mestra, assim se manifestou:
      “A bem do ensino e em respeito aos mestres e, sobretudo, para preservação do idioma pátrio como patrimônio cultural dos mais importantes, permitimo-nos sugerir que se proceda à revisão e reelaboração do texto do novo Acordo, com a indispensável contribuição de renomados especialistas em estudos dessa natureza, despojando-o de seus lapsos e incoerências e adaptando os obsoletos e inadequados termos e conceitos aos princípios teóricos gramaticais tradicionalmente consagrados no ensino da língua portuguesa no Brasil e em Portugal; e, principalmente, que se adote, para o ensino da língua pátria, no dizer de Celso Cunha ‘uma política realista que lute não por uma utópica unificação do idioma, mas por manter a sua unidade relativa’, a exemplo dos países mais desenvolvidos”.
      Norteou sempre sua trajetória de pesquisa e difusão da cultura, claramente expresso em toda sua obra, esse ideal de normatização e de valorização do ensino da variante institucionalizada, dita “padrão” do idioma, como expressão da nacionalidade.
 
 
 

ANTECESSORES

 
 
 

Antecessor - João Palma Guião

       Nasceu em Cajuru no dia 21.07.1900, filho de João Rodrigues Guião e Umbelina Vieira Palma.
       Aos cinco anos de idade mudou-se, com seus pais, para Ribeirão Preto, onde estudou no Grupo Escolar Guimarães Junior e no antigo Ginásio do Estado, hoje Escola Estadual Otoniel Mota. Estudante dedicado, estudou ciências, matemática e história em livros escritos em francês.
       Foi grande esportista, nadador e jogador de futebol. Um dos fundadores do Clube de Regatas de Ribeirão Preto, onde mantinha um pequeno barco a remo e para lá ia todos os domingos, a pé.
       Formou-se advogado pela Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em 1926 e foi diretor da primeira Faculdade de Direito de Ribeirão Preto.
       Lutou na Revolução Constitucionalista de 1932, defendendo os ideais de São Paulo junto com os irmãos Alcides, Euclides e Manoel, o Nequinha, do qual não mais tiveram notícias. Ao mesmo tempo trabalhou como correspondente de guerra do jornal A Cidade, no qual, posteriormente, exerceu a função de diretor de Redação.
       Casou-se com Nair Tonzar Chúfalo em 1940 e tiveram um filho, Rui Flávio Chúfalo Guião.
       Escreveu o livro Organização das Câmaras Municipais, logo após a Constituição de 1946.
       Foi Presidente da Sociedade Legião Brasileira, do Tiro de Guerra, do Asilo Padre Euclides, da Ordem dos Advogados do Brasil, da Associação Regional de Rádio Imprensa.
       Tomou posse na ARL em 03.05.1965, na Cadeira nº 23 que leva o nome de seu pai, João Rodrigues Guião.
       Faleceu no dia 07 de abril de 1983, no Hospital da Santa Casa de Ribeirão Preto.
       Foi homenageado dando-se o seu nome à Escola Estadual “Dr. João Palma Guião” no bairro Dom Bernardo José Mieli, e à “Avenida Dr. João Palma Guião” no bairro Alto da Boa Vista.

Fonte: Livro “Forte Gente”, de Rui Flávio Chúfalo Guião.