Patrono – Cadeira 19

Patrono - Vicente de Carvalho


   Vicente Augusto de Carvalho nasceu no dia 05 de abril de 1866 na cidade de Santos.
   Era filho do major Higino José Botelho de Carvalho, dono de uma loja de ferragens, e de Augusta Carolina Bueno, descendente de Amador Bueno.
   Estudou no Seminário Episcopal de São Paulo depois no colégio Norton e colégio Mamede. Por não ter a idade mínima para se matricular na Faculdade de Direito de São Paulo, obteve permissão especial da Assembleia Geral do Império pelo decreto 3075 de 17 de julho de 1882. Formou-se em 8 de novembro de 1886 com 20 anos de idade no curso de ciências jurídicas e sociais.
   Casou-se em 1888 com Ermelinda Ferreira de Mesquita, irmã do jornalista Júlio de Mesquita, do jornal Província de São Paulo (hoje Estado de São Paulo). Tiveram dezesseis filhos. Entre eles, Vicentina de Carvalho, a poetisa, e Arnaldo Vicente de Carvalho, jornalista.
   Foi Deputado estadual por São Paulo, Secretário do Interior na administração de Cerqueira César, quando autorizou a criação da Escola Superior de Agricultura, futura ESALQ, e da Escola Superior de Engenharia, futura Politécnica.
   Na área do saneamento, tentou trazer Pasteur ao Brasil. Esse mandou seu aluno Felix Le Dantec. Criou o Hospital de Isolamento do Instituto Bacteriológico e o Instituto Vacinogênico, além do Laboratório de Análise e de Bromatologia. Criou, também, o serviço sanitário do estado.
   Em 30 de setembro de 1892, afastou-se da política definitivamente. Antes de sair, durante uma solenidade na câmara municipal, Vicente esbofeteou Alfredo Maia que insinuou haver falcatrua em uma operação imobiliária do seu ministério. Disse: "O senhor insultou-me em ofício: eis a resposta”!
   Em 1901 voltou a Santos e publicou Solução para a Crise do Café, um livro feito de artigos publicados no Estado de S. Paulo, arguindo que havia excesso de produção em frente à demanda. Propunha a destruição de um quinto da produção para equilibrar o mercado.
   Em 1902 fundou com o sócio João da Silva Martins a Empresa de Navegação Fluvial Sul Paulista para explorar o transporte na ribeira do Iguape.
   Em 1907 transferiu-se para São Paulo. Um ano depois foi nomeado juiz de direito. Em 1914 foi nomeado ministro do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Defensor do Abolicionismo e do Regime Republicano.
   Alguns livros, além do acima mencionado: Ardentias, Relicário, Rosa, Versos da mocidade, Verso e prosa que inclui o conto Selvagem.
   Contudo, a obra que marcou sua carreira poética, Poemas e Canções, foi primeiro publicada em 1908 com prefácio de seu amigo Euclides da Cunha. Teve dezessete edições.
   Também se encontra colaboração da sua autoria na revista Branco e Negro.
   Como jornalista, colaborou em vários jornais, como O Estado de S. Paulo e A Tribuna. Em 1889, fundou o Diário da Manhã, em Santos e, em 1905, O Jornal.
   Uma das principais avenidas que seguem a orla de Santos tem seu nome, assim como um distrito de Guarujá e um bairro no Rio de Janeiro. No bairro do Boqueirão, em Santos, há uma estátua em bronze de autoria de Caetano Fracarolli. Na sua inauguração Guilherme de Almeida discursou: "poeta épico, e clássico, e lírico, e satírico, e popular, e parnasiano, e simbolista, e naturalista.
   Foi o 2º ocupante da Cadeira nº 29 da ABL – Academia Brasileira de Letras.
   Faleceu em 22 de abril de 1924 na cidade de Santos, SP.